sábado, 14 de abril de 2012

Política de Drogas no Brasil e o Papel do Estado Liberal [Universidade da Ganja #163]

O trabalho acadêmico que vamos ver hoje é mais uma vez uma abordagem sociológica. A autora é a Isabela Bentes, militante da Marcha da Maconha e formada pela UFRN. "Política de drogas no Brasil e o papel do estado liberal: luta de classes, ideologia e repressão", basta clicar ai no nome com link para baixar o arquivo em pdf do trabalho completo. As referência sobre maconha serão brevemente comentadas, mas você pode já dar luz ao texto através do resumo abaixo:

 

"Este artigo é resultado de uma pesquisa iniciada na Unicamp no campo das relações internacionais, com continuidade na UFRN, sendo orientada pelo docente Davide G. Scavo. Realizada a partir de análise conjuntural das políticas sobre drogas no Brasil, a pesquisa constrói uma caracterização acerca do Estado a partir da forma como este processo criminológico está se efetivando no país. Historicizando as condições nas quais a questão das drogas foi sendo tratada, é estruturada a forma como esse mecanismo proibicionista é pensado sob o ponto de vista da luta de classes, da ideologia e dos aparelhos do Estado."

Ainda no começo do texto o trabalho trata de mapear o contexto histórico do uso de drogas com o passar do tempo e sobre o panorama do século XIX, veja o que o parágrafo diz: "Dessa forma, pode-se situar a questão das drogas pensando a partir do século XIX, período marcado pelo comércio e uso de substâncias de forma legal, sendo possível observar a utilização de opiáceos como forma de automedicação, assim como o vinho Mariani que, igualmente à Coca-Cola lançada em 1885, tinha sua fabricação realizada a partir de combinações cocaínicas, a maconha e o haxixe eram utilizados em larga escala por intelectuais, artistas e comunidades que a usavam inseridas no seu contexto cultural, e o álcool da mesma forma que as outras drogas, não sofria nenhum tipo de restrição e/ou proibição."

 

Vale a pena ler cuidadosamente o artigo e ainda mostrar aos amigos e familiares como foi criada toda a paranóia que hoje norteia os sentimentos das famílias quando o assunto é droga. Os EUA inventaram e exportaram ao mundo essa brincadeira que não cansa de derramar sangue. "Esta intervenção estadunidense pode ser analisada a partir da lógica que Passeti (1999, p.61) denomina de “ficção”, consistindo em que existem, de forma estanque, países produtores e países consumidores de drogas. Ou seja, aqueles países que consomem não produzem psicoativos, e os que produzem não consomem. Esta lógica foi justificativa para os EUA ampliarem seu raio de ação nos países da América Latina como forma de manipular politicamente estas nações aos seus interesses geoeconômicos. De razão controversa, esta “ficção” denominada por Passeti deixa transparecer a irracionalidade desta política, uma vez que nega o fato de que os EUA são o maior produtor de maconha do mundo, e o maior consumidor de cocaína, não podendo ser possível pensar nesse tipo de distinção entre países produtores e consumidores", afirma Isabela no texto aqui referido.

 

O trabalho cita ainda a pesquisa realizada em pedido do Ministério da Justiça para mapear a condição dos presos em casos relacionados a drogas. "Concluiu-se que os indivíduos presos por tráfico na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, em sua maioria, eram negros, sem associação com o crime organizado, com baixo nível de escolaridade, estavam desarmados e portavam menos de 100 g de maconha", ou seja, a lei é preconceituosa e ineficiente poir ao invés de combater os bandidos perigosos, permanece sempre enxugando gelo e lotando as prisões de jovens, negros e pobres. Até quando? O Hempadão agradece todos que estudaram e estudam formas novas de entender e revolucionar esse horizonte. Produção de conhecimento da marola, é por aqui mesmo! Todo sábado de manhã.

2 comentários:

  1. nazare paulista ta na luta hempadão...bamu q bamu o vai o intorta d vei...i tem maconheru nessa cidadizinha en...

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  2. Doido, hein! Vou baixar.

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